domingo, 28 de agosto de 2011

nitidez desfocada.

Não pergunte meu nome mais uma vez
Não digo meu nome,
Qualquer nome basta.

Não preciso de vestimenta
Não insista,
Não vou me cobrir diante seus olhos.

Não preciso de nome e nem de vestimenta!

Leve todas as mascaras daqui
Eu não quero usá-las nunca mais.

Leve todas essas armas daqui
Não atire pedras,
Meus ferimentos já são suficientes.

Não pergunte meu nome e não me vista nunca mais.
Quais dos meus vícios se sobressaem às minhas virtudes?
E será que nenhuma das minhas virtudes pode anular meus vícios?

A serenidade não combina com a severidade
Já deveria estar claro.

de romanesco a grotesco.

Eu tenho uma caverna pequena. Para ser mais precisa eu tenho uma gruta.
Isso! uma gruta.
La eu tenho imagens e estatuetas de todas minhas faces.
Eu me guardo nessa gruta.

Se eu fosse uma artista plástica eu a desenharia.
Mas não sou, portanto imagine-a.

Uma gruta escura com abajures em esconderijos
E eu tenho uma senha secreta para iluminar minha pequena caverna (a tal da gruta)

A gruta do silêncio quando eu preciso chorar e ate mesmo quando quero esconder meu riso escancarado.

Gruta grotesca!

Meu paladar é grotesco assim como minha fala.

Gruta grotesca!

Alma romanesca grotesca!

Gruta desaba?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Ciclo Hidrológico.

Hidrogênio e Oxigênio formam a molécula da qual eu necessito.
Seja natural, quimicamente tratada, doce ou salgada, quente ou fria.
É uma atração quase que de outra vida se pudesse provar que essa existiu.
Uma relação de calmaria, renovação, doação e de paixão.
Considerada como purificadora de energia para alguns religiosos, e usada tanto no nascimento quanto na morte do individuo.
Simbolizando uma nova passagem em seu ciclo.

Meu ciclo é tão áspero e cruel.
Que de previsível só o que eu necessito para me purificar.

Quisera eu ser iniludível,
Quisera eu.

Eu me iludo, me boicoto, me mutilo, me assassino.
E quando a próxima noite me assustar eu não me protegerei
E quando a próxima estaca vir de encontro a mim darei meu peito aberto a ela
Porque eu me saboto, me condeno, me castigo e por fim me amaldiçôo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

eco de viúvos

Falou-se dela como se ela não existisse mais
Uma comparação até que com muito carinho de uma para outra
Mais para uma do que para a outra.
Mas porque ele daria a sensação de morte naquela frase?
Naquela época não tinha valor algum tamanho ato
Talvez uma seja eterna mesmo que morta.

Mas...

O sabor de uma na outra?
O querer de uma porque nela vê-se a outra?
Como se estivesse morta?

Pois ninguém morreu.
Vai dizer que aceitou uma porque parecia a outra?
Não é aceitável nem se aquela estivesse morta.