quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

No fim da estrada.

Eu nunca fui pega por fingir alegria no sorriso.
Nunca!
Eu nunca fui pega por ocultar a tristeza no olho.
Nunca!
Talvez seja a hora e justamente agora.
O que sempre foi natural a cada dia fica inviável.

O som de cada instrumento meu é triste e não consigo mais abafar esse soar.

Me deixa explodir, mas não fique parado.
Não espere que meus lábios expliquem o que meus olhos fazem sem mandato.

Foi perguntado:
- Você chorou essa noite?
Eu tentei simular um sorriso sem sucesso algum e me faltou voz ao dizer:
- Não.
- O que aconteceu? Insistiram em saber.
Calei-me.

E eu nunca fui pega até agora.

Foram atrás de mim e continuaram:
- Se quiser conversar, eu to vendo que aconteceu alguma coisa.
Então eu fingi que não ouvi e segui meus passos sem olhar para trás e sem tentar simular aquele sorriso que já não vem mais tão mágico como antes.

Alguma coisa?
Só estou chorando cada soluço, lágrima e dor que eu guardei por todos esses anos até hoje. Me deixa velar, mas não fique aí parado e faça alguma coisa.
Qualquer coisa.
Aquele sorrisinho bobo e fingido era minha proteção e eu nunca fui pega. Eu não sei mais como me proteger.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tempestade em mim.

Aquela sensação de esquecer alguma coisa ao sair de casa me atormenta e eu choro.

Você chora? Já me perguntaram uma vez, e você não sabe o quanto, eu respondi.
Existe alguém que não chora?
Mas você está sempre rindo e fazendo os outros rirem também, retrucaram. Bingo!

Quem você acha que eu sou?
Eu tenho sangue nas veias e quando arde eu choro.

E de um minuto para outro eu me incomodei com toda essa bagunça ao meu redor.

Eu quero gavetas com etiquetas e camisas bem dobradas, tirar tudo que escondo embaixo da cama, jogar fora o lixo das bolsas que troquei e larguei por aí, arquivar meus CDs por ordem alfabética, desempilhar as roupas da cadeira e pendurá-las nos cabides.

Sair para onde for sem a sensação de estar esquecendo algo, e não chorar.

Geralmente essa sensação é inútil e no final do dia não senti falta de nada e eu choro. Na verdade essa sensação é um aviso para eu mesma não esquecer que eu estou ali.

É. Eu esqueço de mim de vez em quando. Eu me atormento e choro.

A tempestade de hoje?
Era a minha alma, você a sentiu?
Ela me denunciou e sem nenhum sorriso essa noite ela também me condenou.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Delírios.

Se eu me deixo enfeitiçar pelo o que não existe eu não me perdôo. Quando eu estou com a solidão próxima ao meu travesseiro eu não percebo essas falhas.
Estava escuro e eu não sei bem se vi essas criaturas sussurrando para que eu não as ouvisse. Mas eu ouvi.
Às vezes eu perco o que existe com o que eu acho que existe. Eu talvez não saiba o que não existe. Eu sei, é confuso.
Aquelas criaturas me conhecem, mas talvez não saibam meu nome.
Eu não vou me perdoar. Eu sei que não.
Mas acreditei nelas.
É tão simples me salvar e você prefere não se aproximar.
Um abraço longo me salvaria.
Eu acredito em criaturas que sussurram no escuro da minha casa. Eu deveria acreditar na sua fala, não deveria?
As criaturas são minhas já que estavam na minha estante agora teu abraço supostamente não é meu.
Eu sei que não vou me perdoar. Mas eu acredito quando estou com a solidão próxima ao meu travesseiro.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Nota 9,5.

Estude minha teoria e, por favor, não a use comigo.
Minha prática não condiz com minha teoria.

Estude-me, mas não me gabarite.

Eu gostaria, inclusive, de não ter peritos sobre minha história, meus hábitos, minhas mágoas e muito menos das minhas incertezas.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Seduzida, corrompida e evasiva.

Metade do céu está colorido a outra metade está de uma cor; uma cor que não aquece e abala cada expressão de medo. A metade colorida é uma fraude e apenas fantasia o que não devia.
Quando o céu amanhece cinza eu tenho medo e quando anoitece sem estrelas também. Raios de sol de um lado do céu e a outra metade molda raios de tempestade. A metade ensolarada encobre um rosto boêmio. A metade da tempestade é real e íntegra que chega a doer meus órgãos com tanta verdade.

Eu me deixo seduzir pelo irreal.
Eu me deixo corromper pelo real.

Não permito contradições e eu não sabia que você contrabandeava emoções.
Me deixei seduzir e me deixei corromper. Você me trouxe o real, o irreal e o poder de escolha. Mas era contrabando e disso eu nunca soube.

domingo, 8 de janeiro de 2012

pavor e... amor.

Como posso correr?
Tenho pavor de cair e...
Como posso mudar a rota?
Tenho pavor de me perder e...
Como posso lutar?
Tenho pavor de não me defender e...
Como posso nadar contra a correnteza?
Tenho pavor de faltar o fôlego e...
Como posso acelerar?
Tenho pavor de exagerar na velocidade e...
Como posso escalar?
Tenho pavor de não ter força para segurar e...
Como posso saltar de paraquedas?
Tenho pavor de não conseguir acioná-lo e...
Como posso respirar?
Tenho pavor de viver e...

...
...
...
...
E...
Como posso amá-lo?
Tenho pavor de me machucar.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tormenta.

É sombria
Além de fria tua alma é sombria.

Este sol não ilumina minha casa, pelo menos não deveria.
E tem dias que me aqueço com este sol; que não é meu.

É sombria
Além de cínica tua fala é sombria.

Não me traga sol para depois "tempestar" meus dias.
Me deixa!
Deixa meus trovões em mim e não tente mais me encantar com um sol que não é meu!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ao meu deslumbre.

Parece a mesma cena?
Mas o filme foi trocado.
Parece o mesmo personagem?
Mas nem romance é.

Eu digo dos teus atos e o que os meus significam?
Atos caóticos.

Foi necessário um tapa muito bem dado.
Constrangi-me.

Tudo novo com o que não deveria ser considerado meu.

domingo, 1 de janeiro de 2012

desarme ao próprio ataque?

No rosto um olhar longe que ia desde 1994 até a noite de ontem.
Ela se encarou no espelho e seus olhos evitavam seu próprio olhar.
Ela se perguntou se tinha feito algo de errado e se calou. Só podia estar de brincadeira.
Ela se fecha e seu barulho é uma ilusāo para quem o ouve e ontem ela admitiu para quem quisesse ouvir, mas nāo tinha ninguém para vê-la forjar tua cena e assim ela se curvou diante seus pecados e chorou como se pedisse perdāo à distância por tudo que ela carregava nas costas.
Sabendo que ela nāo poderia ser perdoada naquele minuto limpou o rosto de lágrimas e tentou se acalmar. E se acalmou.
Ela cantou sua música preferida e se vestiu de flores. Olhou-se novamente no espelho levando um pincel de deliniador até seus olhos apagados. Do lado de fora um barulho que a fez pular e pertubando sua mente imaginou dois riscos pretos embaixo de teus olhos como se fosse para a guerra, mas era maquiagem borrada. E o barulho não era nenhuma bomba para ataca-la eram fogos de artifício.
O coraçāo dessa mulher está baleado, aos trapos, agitado e envelhecido desde 1994. E ela sabe o motivo de evitar o seu próprio olhar e alguém pode desarmá-la contra isso?
Ela ja imaginava que não.