terça-feira, 6 de novembro de 2012

Borrões derretidos


E se repete.
E de repente no final... Não tem final.
E se repete praticamente derrete.

Ela se apaixona por ilusões, por suposições, por esbarrões e por borrões.

E se repete... De repente? Derrete.

Um beijo inesperado na testa.
Um abraço esperado no meio de uma rua escura.
Nenhuma promessa e ela espera... O final.

E de repente? ... Derrete. Se repete!

Ela se apaixona por ilusões, por suposições, por esbarrões e por borrões.

Ilusões dela
Suposições dele
Esbarrões inexistentes
Borrões feitos do que devia ser nítido no peito dela.


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Ela é quase ela

 
Como se fosse ferver, mas logo evapora.
Como se fosse destruir, mas logo se quebra.
Como se fosse explodir, mas logo despedaça... Ela.

Ela... Como se fosse fogo e vento juntos.
Calada ela arranca parte dela e se fere com mágoas, unhas e segredos.

Como se fosse acabar, mas logo recomeça.
Como se fosse curar, mas logo empesteia.
Como se fosse recompor, mas logo desmorona... Ela.
Ela... Como se fosse pó e sombra juntos.

Escondida ela se priva da metade da sua historia e borda um final emprestado.
Ela se cobre com um conformismo medroso e se desenha todas as noites em seus sonhos ilusórios.
Como se fosse acordar, mas logo desfalece.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A ordem não altera desde que exista a pessoa certa.


Sabemos onde estão guardadas nossas coisas, mas e nossos sentimentos?

Eu, de verdade não sei onde guardo nada.

Tenho uma vaga lembrança onde esta aquele sapato preto, meu documento estava na bolsa vermelha ou na verde? Meu livro preferido esta do lado da cama, mas eu tirei quando fui procurar uma pulseira.

Talvez eu ache o que eu preciso em questão de uns cinco ou seis minutos, talvez algumas horas... Ok, eu não faço idéia onde guardo minhas coisas, e meus sentimentos?

Não que tenha que substituir um sentimento por outro, mas aquele antigo onde esta guardado? Ainda existe? Não que eu seja saudosista, mas é útil lembrar o que sentimos pela primeira vez.

O primeiro toque dos pés na areia, o primeiro sutiã, o primeiro frio na barriga, o primeiro beijo, a primeira briga, a primeira reconciliação, o primeiro encontro, a primeira separação, a primeira perda, a primeira vitória, o primeiro sexo, o primeiro amor, o primeiro verso e o primeiro conflito.

Tem certas "primeiras coisas" que são únicas e outras se anulam. O seu primeiro beijo você pode até ter esquecido, mas o primeiro beijo que você deu na pessoa que você ama ou, naquela que você deslumbrou amar é inesquecível, mesmo que esse seja seu trigésimo beijo. O primeiro frio na barriga é renovado sempre quando você está apaixonado. Agora, o primeiro toque dos pés na areia é insubstituível... É único!

Não acho que as pessoas sejam substituíveis, mas acredito plenamente que os sentimentos sim.

O primeiro beijo da vida de uma pessoa causa uma sensação e não um sentimento, assim como o primeiro sutiã, primeiro carro e primeira bicicleta. A sensação não muda mesmo que venha beijar outras pessoas e ganhar outros sutiãs. Agora o sentimento muda quando o primeiro beijo é dado em outra pessoa, mesmo não sendo mais o primeiro beijo da vida e sim daquelas duas pessoas juntas.

O que eu quero dizer é que... Eu não sei guardar nada, nem coisas, nem sensações, nem sentimentos e nem segredo e que eu viveria de primeiros beijos para sempre, eu só queria que fosse com a mesma pessoa.

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Você minha ficção e eu sua mitologia

Toda imagem tem uma sombra e toda penumbra tem um brilho.
Eu deixaria você ser minha penumbra e eu sua sombra...
... deixaria nos confundir com arte e gravura, com luz e lua.

Todo caminho tem rua encolhida e toda distância tem uma trégua.
Eu deixaria você ser minha trilha e eu seu abrigo...
... deixaria nos confundir com pedras e calçada, com pó e terra.

Todo sonho tem névoa e toda conquista tem deméritos.
Eu deixaria você ser meu mistério e eu sua certeza...
...deixaria nos confundir com real e arte, com verdade e tempestade.

Deixaria..
...deixei.
Foste!

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Brisa

Cruza os braços e apoia o queixo nos punhos entrelaçados;
...Fecha os olhos.
Sonha com o que tocou e ja provou..  aquele corpo com amor!

Ela faz careta sorrindo ao falar do que sente;
...Ela ama.
Deixa despedaçar, deixa triturar, deixa escorrer... até morrer!

Senta no meio da rua e sente a velocidade dos carros bem perto do corpo;
...Ela ama.

Senta na beira da calçada com os pés na lama;
...Ela ama.
Lambuza o rosto de amor e lama e nem reclama!

Levanta a cabeça para a lua e quer voar;
... Fecha os olhos, mas o coração nunca!


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Globalização imunda e um ser humano morto.

O desnecessário tomou conta do mundo enquanto a essência se perdeu.
É muita gente desequilibrada sentindo falta do que mais falta... o simples.
Eu não posso estar errada quando eu demonstro a verdade em mim!

É o feio julgando o bonito e o bonito menosprezando o feio.
É o mais forte se fortalecendo com a fragilidade do cada vez mais fraco.
Isso é justo? Isso é mundo?

É o homem querendo ser mulher ou a mulher querendo ser homem.
É o ser humano não querendo aproximação, a não ser por interesse seja esse qual for.
Isso é evolução? Isso é solução?

São casais de vidro que não se quebram, são imortalizados de podridão.
É a mulher que deixa de ser submissa para ser um manequim com fala viciada e programada para não sofrer e mesmo assim continuar bela e sorrindo... uma submissão moderna.
É o homem que deixa de ser protetor para ser um boneco de madeira com olhos vazios e provavelmente sem coração para não sentir nada nunca mais... uma força moderna.

O desnecessário poder... a maldição.
A extinta essência... o amor.

Eu não posso estar errada em querer o simples, o bem... o amor!





terça-feira, 4 de setembro de 2012

Até que enfim o "para sempre"

Talvez não seja sua culpa as cores do mundo
...eu ignoro as dores e você?

Talvez fosse necessário a garantia do "para sempre"
... e eu não queria enganar ninguém.

Não é uma questão de fingir e sim de sonhar... apenas.

Talvez eu estivesse muito feliz e continuaria assim...sem você.
Fez-se presente na ausência e na presença uma desistência... minha de você.

Não é uma questão de quem atinge a nota mais perfeita
... sinta, basta sentir.

Não diga mais nada, apenas vire as costas e continue...
... a se ausentar e me de a garantia do "para sempre" essa eu faço questão de colecionar.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Pauta

Sou daquelas que deixa o ambiente turbulento e o olhar vazio ou quando o olhar sorri eu sou daquelas que faz com que o ambiente paralise.

Sou daquelas que pode te olhar como estivesse lendo tua história e eu posso chorar se eu achar que parece com a minha.

Eu, também sou daquelas que vai querer segurar na sua mão e fechar os olhos, você pode apenas segura-la, mas também pode me rodar com toda a força que tiver, mesmo se eu estiver com os olhos fechados eu vou confiar.

Eu sou daquelas, sabe?
Que desconfia já se entregando sem temer, sem julgar e sem expectativas.
Eu sou daquelas, sabe?
Que oferece já regulando ... o amor.

Porque sou daquelas que não guarda nem moeda porque haveria de guardar rancor?
Eu sou daquelas que inspira a noite, expira o dia e assim eu deixo a vida me consumir.
Eu, também sou daquelas que parece voar de um precipício até outro e ainda sair ilesa.

Enquanto o amor soar como orquestra mal feita eu vou continuar assim... até que um dia meu ouvidos possam ser suavizados com a mais doce das melodias.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Quando o vento não traz e nem leva nada e assim tudo permanece parado, mas nem tão calmo...

Se há lugar certo para dançar com o errado...
...Onde seria?

Se na areia tudo parece frágil talvez fosse fácil cair sem medo.
Se nas alturas tudo parece livre talvez fosse coerente se jogar de vez.
Se na rua tudo parece crime talvez fosse suicida andar ao anoitecer.
Se nas pessoas tudo parece artificial talvez fosse loucura apostar nelas.

Se há lugar certo para sentir o errado...
...Onde caberia?

Se não basta reconhecer tristezas sem movê-las, o que deve ser feito?
Se desde que me sinto inexistente na sala de estar tem sido improvável que tais sentimentos se movam e se movessem?...
... Para onde iriam?

domingo, 12 de agosto de 2012

Tinta preta

Desenhos sem formas e sem cores e que mais parecem borrões.
Se eu for olhada com cautela pode ser que seja percebido parte nisso nos meus olhos.
Olhos que não são tão negros na cor, mas há escuridão neles.


Olhos vazios e sem lua alguma.

E se eu cantasse além do medo com tais ecos forte eu teria a certeza de estar sozinha como se não bastasse toda a escuridão.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Abismo

Um homem, um muro e dois caminhos.
Um caminho conhecido, seguro, com declives e paisagens de cor.
Um muro ao meio.
Do outro lado um caminho ainda sendo explorado e direcionado por placas; talvez com algumas placas distorcidas.
Se algum dia for solicitado para que esse homem escolha um dos caminhos, ou ele escala o muro, ou é capaz que ele mesmo se quebre com muro e tudo.

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Ampulheta

Contraditoriamente benigno e gravemente maléfico o que é carregado de cada lado do peito...
... sereno e impassível o amor que carregas.

Brutalmente sem destino, razoavelmente com perigo...
... vezes proprietário e vezes inquilino guerrilhando com o bom senso e a heterodoxia do meu amor.

Desconsoladamente carrego a falta de controle meu sobre anseios teus.
Esmero meu exagero de acordo com teu humor, com teu paladar, com teu primor e com o teu degustar.

Benigno parte sua e maléfico parte minha...
... qualquer fim estarei do lado vazio sem direito a estar do outro lado da ampulheta.




domingo, 22 de julho de 2012

Conflito sem contrato social


Nunca abro a janela pela manhã e quando anoitece eu não procuro me acolher,
quero a noite ferindo o meu rosto e que seu cheiro golpeie minha alma.
Nunca abro a janela pela manhã e tento sempre esconder meus olhos da luz do sol,
quero a escuridão de encontro com meus medos, caprichos e desejos.


Não pretendo compreender o mundo tão pouco do pedaço em que faço parte,
quero as verdades que pertencem a mim sem precisar espreme-las.
Não pretendo compreender o mundo visto pelo outro,
quero que minhas raízes não se enfraqueçam a cada tropeço meu.

Já vendi sorrisos meus de um estoque falido para não ter que prestar contas,
é a pior dor de todas.
Já fiz das minhas lágrimas prisioneiras em um quarto assombrado para que elas sumissem de mim,
é uma outra dor pior de todas.

Não que eu não ame mais a noite, mas e se eu quisesse provar da manhã agora?

domingo, 15 de julho de 2012

Descomedido


Aflição de temperaturas frias e distâncias premeditadas;
Frio nas mãos que arrepia as costas e paralisa os pés.

Caberia braços enroscados e pés em choque tentando manter o calor inexistente?

Desassossegada com o passar do tempo e inquietações com o silêncio;
Ânsia em cada tormento que afeta tal desejo e aflige o olhar.

Caberia distração de sentimento tentando engana-lo com outro amor inexistente?

Turbulentos pensamentos sem direção e sem trajetória;
Vagos aos ventos congelantes de uma mente assustada além de desconfiada.

Caberia exatidão nas dúvidas entre lágrima e sorriso de uma expressão inexistente?

Duvidoso, mas se não for cauteloso... Deixa de ser honroso e torna-te morno. 

sábado, 14 de julho de 2012

Acompanhante


Olhos direcionados ao chão e as costas em uma garoa fina seminua.
Passos largos porém tão lentos, passos muito lentos quase em um gingado morto.
As mãos caídas com um balanço sem sincronia e com uma pulsação fria.
O suor do rosto quase não é notado com as lágrimas de encontro com a garoa fina.

Tão devagar em seu vagar.

Pare a estrada se quiser que ele volte;
Ele perdeu audição e a visão, mas não perdeu valores.
Ele não vai parar de caminhar jamais, talvez nunca mais.

Assim tão devagar em seu vagar.

Olhos frios e costas pesadas
Passos ao acaso e pés descalços
Mãos vazias sem sincronia
Respiração lenta e descontínua
Assim ele caminha , ele se guia tão devagar em seu vagar.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quando será o próximo ano de 1950?

Quando escuto falar de casais antigos eu sinto cheiro de verdade
As máscaras eram enfeites e hoje são usadas como disfarces.

Ah, um beijo em uma foto em preto e branco,
Eu vejo sintonia, franqueza, romance e amor puro.
Ah, um beijo em uma foto digital?

Eu não posso deixar de viver sem antes ser convidada para um baile de máscaras e nem ter o privilégio de um cavalheiro estender um lenço para eu passar sem que eu molhe meus pés. 



Sabores

Saboreie o dissabor de ventanias expostas em caras desfeitas sob choros sem lágrimas e rimas sem sentido.
Por que haveria sentido no desprazer dos sopros de ventos?
Por que haveria prazer no sentido dos ventos sem rumo?

Rumo nas rimas malfeitas
Sentido no rumo sem rimas, sem vida, sem clima.

Aspectos sem forma em palavras malditas e mal-ditas ou benditas sem serem ditas.
Por que haveria sentido no prazer das rimas partidas em uma partida sem despedida?
Partida de ida, partida em pedaços.

Olhos com ódio, com pena, com sentimento enrustido, com piedade e por fim com medo.

Navegue em mares conhecidos pelo teu choro inundando-o, afogando-te crucialmente até perder teus sentidos em rimas pobres.

Haveria juízo, haveria consolo e salvação.

De que fala tua lingua se detém? De que silêncio tua fala adoece?
A fala obscura não te cura, te manipula e cada vez mais te afunda em lama vestida de pedras afiadas em  culpas.

Lábios colados, costurados, enterrados e por fim mortos de beijos escuros e imaginados, pintados com batom da cor que não existe e que te envenena até te viciar em diabrura em pedaços.

E ainda pergunto: Quer morrer ou quer mais vida?

Se me permites; faço-te escolher a vida.




segunda-feira, 9 de julho de 2012

Nó em nós sem dó

Nó,
nas mãos, no peito

na voz, na garganta

nos pés, no cabelo

Nó em nós
Travando palavras e sentimentos
Sem dó desatou-se

E por fim caminha só
Nem tão triste, mas sem nó
Totalmente só.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Virose

Corremos para onde?
Dia após dias corremos de que, de quem, para onde?
O sol se vai a lua se esconde e nós corremos para onde?

É um fenômeno não saber por que nos deitamos e para o que nos levantamos;
Dia após dia.

Um amor?
Não deve ser apenas por isso unicamente, não deve.

O quanto desconhecidos somos perante nós mesmos?
Dia após dia.

Bem vindo seja você para você mesmo.

E tudo que necessito é de;
um significado maior do que qualquer um que já foi me dado
uma promessa menor do que qualquer uma que foi jogada no meu vento
uma reposta mais sensata do que qualquer desculpa que foi me dada
um amor leal que não precisa ser maior do que nenhum outro que me foi doado e depois cobrado com todos os juros altos. Apenas um amor que existisse nele uma vontade de seguir sem cautela.

Mas, quando foi que juntaram amor e cautela?
Foi assim que tal sentimento foi estragado, não perceberam?

Corremos para onde?
Dê proposito aos teus dias
Dia após dia.

Eu sinto tristeza pelo o que ainda não quebrou, mas uma hora ou outra alguém vai quebrar e não deveria ser assim.

Amar como se fosse quebrar em instantes
Dar amor como se do dia para a noite ele não fosse mais necessário.

E assim vamos correndo não sei para onde e o amor virou mobília moderna quando ainda era para ser o sentimento mais sincero do mundo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

A sensibilidade não está na fala viciada

Eu sempre quis ser entendida pelo o que escrevo e não apenas pelo o que eu falo.
E eu sempre quis estar com alguém que gostasse de livros ou pelo menos que gostasse de me ouvir contar dos livros que li. 
Eu sempre quis também que me acordassem quando eu ainda estivesse hipnotizada com escritas e versos, ou quando me comportasse como um personagem que ninguém nunca escreveu. Eu sei que não sou fácil, mas nunca me trate como impossível de ser amada. Portanto, o texto hoje não será meu. 

Namore uma garota que lê - Rosemary Urquico (tradução Gabriela Ventura)


Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.Compre para ela outra xícara de café.Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice.É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.É que ela tem que arriscar, de alguma forma.Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas  garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim.  E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até  porque, durante algum tempo, são mesmo.Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que  pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe  monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.


Esse texto pode ser encontrado também no site Quinas e Cantos e outros lugares onde a caneta bate e a poeira se acumula. 

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Talvez trezentas vezes mais

Desde a hora que eu acordei estou com esses meus olhos cansados fritando o copo de água.
Mal lembro que preciso respirar.
E um único movimento brusco meu o copo é atirado para a parede.
Sento-me novamente e mal lembro que preciso respirar.

Acaricio meu rosto pálido com meus dedos gelados até chegar aos cabelos desgrenhados.
Levanto e sento-me mais umas trezentas e quarenta e seis vezes e mal lembro que preciso respirar.

Desde a hora que quebrei aquele copo de água, estou sentada no meio da sala, com esses meus olhos deprimidos fritando a água derramada sobre meu tapete barato que seus pés tanto pisotearam, assim como a mim.

Mal lembro que preciso respirar.

Apago os abajures para quando você passar pela rua não perceba que estou ali quietinha e siga tua estrada e que mantenha sua estadia fora daqui.

Sem que palavras sejam ditas e desculpas forjadas da sua boca para meus ouvidos debilitados.
Mal lembro que preciso respirar e você mal se lembra de como tirar meu ar.

A questão é que sou diferente em aspectos cruciais; sou singela e o deixo voar com quantas asas forem necessárias. Sou de pedra e se quando voltar você não trouxer o arco-íris para o meu céu, que provavelmente estará tempestuoso, por ti não volto a sorrir. Jamais.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

O simples dificulta?

Não se incomode quando eu franzir toda a minha testa e geralmente quando vou embora eu deixo algo de bom, mas quando eu fico é sempre melhor. Não, eu não me incomodo quando você joga suas cartas na minha cara e rasga as que eu deixei marcada para controlar o jogo todo, mas eu preferia que isso não acontecesse mais. Meus dedos esfriam quando estou com você, mas não se apavore todo o resto do corpo está quente. É praticamente um choque. Estou chocada! Estou em choque! Estremeço o queixo e prendo o choro. Quase não respiro e escondo minha reprovação pelo seu olhar estupidamente real. Não se incomode quando eu franzir toda a minha testa e geralmente quando vou embora eu deixo algo de bom, mas quando eu fico é sempre melhor. Faça-me ficar! Não mude nada, mas queira mudar tudo. Não seja clichê jamais, mas talvez eu abra uma exceção essa noite. Eu me sinto percebida quando estou com você, mas já fez eu me sentir um anexo seu e não parte de você e assim não foi bom. Eu talvez queira o simples e isso seja o mais difícil para a humanidade, para o mundo todo e por que não seria para você e inclusive para mim?

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Veja-me em preto e branco e não chore no final

A respiração é lenta mas os pensamentos não são. Os olhos quase se fecham mas a contração de um músculo qualquer faz com que eles fiquem arregalados. Eu sinto dor mesmo que não acuse ferimentos em mim. Dor na alma é a pior dor. Talvez ao som de violinos eu me calaria. Ou melhor, talvez ao som de violinos eu me silenciaria só. Não se amargure por mim como se o letreiro subisse ao fim do meu filme preto e branco, tão pouco chore. É triste ver com meus olhos. Eu bem sei que você não se abalaria assim. Mas, que mal existe eu inventar uma dor sua diante uma dor minha? Como se você enxergasse importância em tamanho exagero de sentimento meu. Tem noites que imagino uma despedida nossa e uma lagrima sua. Não que eu queria que você sofra, mas é poético tal sentimento cinematográfico em finais. Que bobagem. Rasgo todos esboços de finais. Abra meus olhos, grite nos meus ouvidos e me alerte que não sou história para Audrey Hepburn. Na verdade, não faça nada. O letreiro já está por vir, fique a vontade para sair antes de ver o final. Eu bem sei, que não é de agrado seu esses filmes exageradamente meus.

sábado, 26 de maio de 2012

Eis a não questão.

Eu queria largar tudo e ser filósofa. Já quis ser muitas outras coisas e com o tempo deixo falecer tal ideia. Mas queria largar tudo e ser apenas filósofa. Sem julgamentos, comprovações, alegações, competições e nem suposições. Apenas filosofias. Qual a ligação entre realidade e aparência? Um livro bom mas, feito de papel ruim que chega até deixar os dedos pretos borrados de tinta barata ou um conteúdo péssimo com capa dura com uma arte de tirar o chapéu? Eu adoro capas de livros! Eu adoro livros bons! Abro mão do meu idealismo e do meu realismo e mergulho-me na filosofia, largo tudo. Quando eu era mais jovem eu achava muito sexy homens que tocavam gaita mas, hoje eu os acho chatos.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?

Pensando bem, eu não sei. Eu nunca fui muito ambiciosa, mas posso dizer que sou um tanto agitada o que pode soar como ambição em algumas vezes. Eu não quero ganhar Oscar e nem premio nenhum. Não quero ser milionária e ter uma casa valiosíssima. Não, eu não quero conhecer o Dr. Hollywood. Mas, tenho o defeito de querer aprender cinco idiomas ao mesmo tempo, de planejar centenas de viagens para tais férias que nunca vou ter, de querer mudar no meu quarto desde cor da parede até posição dos móveis mesmo sabendo que a bagunça estará sempre presente, de mudar cor e corte de cabelo como se fosse fácil como tirar e vestir uma roupa. Tem gente que enxerga meu comportamento como ambição, mas tais inquietações não provem de ambição e sim de uma agitação de me manter viva. Mas, pensando bem eu não sei. Eu tenho um gosto estranho para filmes e confesso apreciar filmes sem sentido ou ao mesmo tempo sem história explícita, sim, eu sou apaixonada por filmes franceses. Onde eu quero chegar? Pensando bem, eu não sei. Jogue fora meus livros em outras línguas, meus filmes sem história, meus guias de viagens, minhas vitaminas e minhas maquiagens, mas jamais me deixe presa.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

I walk alone - Bliss

Ouça a minha voz como se seu ouvido fosse confortado até seus olhos fecharem e seu peito inflar, seus lábios soltarem um ar pausado. Suspire ao ouvir minha voz como se ela te causasse um arrepio quase provocando um choque nas suas costas. Gire seu pescoço como se meus dedos massageassem seus músculos e por fim quase arrancassem fios de seus cabelos pressionando-os com ferocidade. Sinta minha língua na tua, minha língua na sua orelha, minha língua no seu pescoço. Suspire ao ouvir minha voz como se fosse seda caindo sobre você. Pode ser em sonho, pode ser agora. Mas nunca trapaceie. Eu não sei gostar de faz de conta. Tão pouco fingir ou mentir. Eu não vou te invadir eu não sei permitir se não me pedir. Eu não sei jogar com suas cartas marcadas eu já rasguei as minhas e forjei minhas regras. Suspire sem disfarçar, devagar. Ouça minha voz de olhos fechados e me namore como se fossemos uma canção antiga.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Supérfluo, irreal e de mau gosto mas se for amor (...)

Mesmo supérfluo se for amor a gente carrega conosco.
Ninguém quer sofrer mas fere e ninguém quer chorar mas agride.
Mesmo irreal se for amor a gente coloca para dentro de nós.
Ninguém quer ser deixado mas vai embora e ninguém quer ser enganado mas engana.
Mesmo de faz de conta se for amor a gente inventa em nós.
Ninguém quer ser sozinho mas só olha para si próprio, ninguém quer ser traído mas não é leal um minuto se quer.
Estamos em tempos difíceis, queremos tudo e não damos nada e assim morremos sós.
Sem acreditar em ninguém, sem ter ninguém.
Não passamos de esboços de personagens mal projetados numa história inacabada, mal feita e de um imenso mau gosto.

domingo, 8 de abril de 2012

Desvaler

Uma nuvem escura deveria ter algum valor?
Eu não sei se já existe valor numa visão dessas, mas deve ter algum.
Caso contrário para que existe o dia cinza e frio, me diz?

Existe valor nas lágrimas, no sofrer, na escuridão e na solidão?

Paralisa-me com esse sorriso?
Nunca mais quero me desfazer desse ar em mim
Uma essência de amor em todo meu corpo.

E o valor da escuridão é me trazer até aqui forte e pronta para amar sem pensar de qual jeito é melhor, apenas amar.

terça-feira, 27 de março de 2012

Não se trata de valor e sim de sentido.

A vida através de órgãos, significados, direções e reações são sentidas.
Sentido.
Um norte perdido e um sul exaltado.
Uma mão trêmula e um pé sólido.
Um elo secreto e um desafeto escancarado.
Uma derrota e uma vitória.
Sentido.
Falando de romances modernos... Ainda não faço parte de uma visão da bela moça sofredora de amor, porem, o amor que é sentido com todos os órgãos e não rejeita nenhum músculo existente no corpo me faz desfalecer de amor.
Sentido.
O sentido não tem valor, tem significados. Podem passar por ridículos para uns agora para quem os tem, alem de tê-los, sentem e assim faz sentido viver.
Eu fico em posição de sentido para cada significado meu, é perfeito.
Sentido, com o coração ou com a alma. Sentido, para um norte ou para outro norte qualquer. Sentido, de graça ou de desespero. Sentido, figurado ou da real palavra. Sentido, militar por respeito ou subordinação.
Sentido.
E há quem diga que a vida é sem sentido. Ainda falando de romances modernos eu não tenho menos sentidos por não chorar a beira da cama por amores que não deram certo. Eu realmente entendo qualquer sentido da minha existência, só me falta o poder da dosagem.

quinta-feira, 15 de março de 2012

mudanças contrariadas e temidas por mim.

Como Carlos Drummond de Andrade, eu tive um dia separado para colocar em dia o choro que não tive tempo para chorar. Sem motivo e por todos os motivos que deixei passar, que me fiz cega e que aos olhos de outros não são motivos. Choro sim.
Choro por não saber aonde ir se eu quiser correr e por não saber onde acomodar se eu quiser ficar.
Choro por extremos e pelo similar, por amor e pelo desamor.
Rios de sabedoria e marés de descobertas e meu choro tem cheiro de dor e o formato é do desconhecido.
Sonho quase todas as noites que sou carregada nos braços por um homem que nunca conheci e me sinto confortada mesmo não sabendo se ele me salva ou me violenta eu sinto paz.
Temo eu não recuperar minha frieza nunca mais e eu choro.
Eu já fui inabalável e talvez isso esteja mudando brutalmente e assim eu declaro que não posso conviver comigo dessa forma.
Antes fria e aparentemente feliz e hoje abalada, magoada, abandonada, emocionada e não tão amada e visivelmente infeliz.

domingo, 4 de março de 2012

Pesquisadores ou cientistas?

Mesmo quando forneço a fala clara sou fintada como se não a articulasse corretamente ou até como se não a fizesse existir. Do mesmo modo sinto quando sou olhada e nunca enxergada, inclusive, por mim.
Não é necessário extrair meu romantismo para que meus pés continuem firmes no chão. E quando por acaso eu quiser voar não seria por ser tola e sim para me sentir em outros ares, o romantismo seria exatamente o mesmo existente em mim.
Mesmo quando sensibilizo meus atos sou cobrada como se não existisse fogo necessário para tais atos. Do mesmo modo sinto quando sou amparada e nunca confortada, inclusive, por mim.
Um artefato simbolicamente intocável por ser desconhecido pela história. Não chega a ser uma relíquia, apenas um artefato guardado.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

No fim da estrada.

Eu nunca fui pega por fingir alegria no sorriso.
Nunca!
Eu nunca fui pega por ocultar a tristeza no olho.
Nunca!
Talvez seja a hora e justamente agora.
O que sempre foi natural a cada dia fica inviável.

O som de cada instrumento meu é triste e não consigo mais abafar esse soar.

Me deixa explodir, mas não fique parado.
Não espere que meus lábios expliquem o que meus olhos fazem sem mandato.

Foi perguntado:
- Você chorou essa noite?
Eu tentei simular um sorriso sem sucesso algum e me faltou voz ao dizer:
- Não.
- O que aconteceu? Insistiram em saber.
Calei-me.

E eu nunca fui pega até agora.

Foram atrás de mim e continuaram:
- Se quiser conversar, eu to vendo que aconteceu alguma coisa.
Então eu fingi que não ouvi e segui meus passos sem olhar para trás e sem tentar simular aquele sorriso que já não vem mais tão mágico como antes.

Alguma coisa?
Só estou chorando cada soluço, lágrima e dor que eu guardei por todos esses anos até hoje. Me deixa velar, mas não fique aí parado e faça alguma coisa.
Qualquer coisa.
Aquele sorrisinho bobo e fingido era minha proteção e eu nunca fui pega. Eu não sei mais como me proteger.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Tempestade em mim.

Aquela sensação de esquecer alguma coisa ao sair de casa me atormenta e eu choro.

Você chora? Já me perguntaram uma vez, e você não sabe o quanto, eu respondi.
Existe alguém que não chora?
Mas você está sempre rindo e fazendo os outros rirem também, retrucaram. Bingo!

Quem você acha que eu sou?
Eu tenho sangue nas veias e quando arde eu choro.

E de um minuto para outro eu me incomodei com toda essa bagunça ao meu redor.

Eu quero gavetas com etiquetas e camisas bem dobradas, tirar tudo que escondo embaixo da cama, jogar fora o lixo das bolsas que troquei e larguei por aí, arquivar meus CDs por ordem alfabética, desempilhar as roupas da cadeira e pendurá-las nos cabides.

Sair para onde for sem a sensação de estar esquecendo algo, e não chorar.

Geralmente essa sensação é inútil e no final do dia não senti falta de nada e eu choro. Na verdade essa sensação é um aviso para eu mesma não esquecer que eu estou ali.

É. Eu esqueço de mim de vez em quando. Eu me atormento e choro.

A tempestade de hoje?
Era a minha alma, você a sentiu?
Ela me denunciou e sem nenhum sorriso essa noite ela também me condenou.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Delírios.

Se eu me deixo enfeitiçar pelo o que não existe eu não me perdôo. Quando eu estou com a solidão próxima ao meu travesseiro eu não percebo essas falhas.
Estava escuro e eu não sei bem se vi essas criaturas sussurrando para que eu não as ouvisse. Mas eu ouvi.
Às vezes eu perco o que existe com o que eu acho que existe. Eu talvez não saiba o que não existe. Eu sei, é confuso.
Aquelas criaturas me conhecem, mas talvez não saibam meu nome.
Eu não vou me perdoar. Eu sei que não.
Mas acreditei nelas.
É tão simples me salvar e você prefere não se aproximar.
Um abraço longo me salvaria.
Eu acredito em criaturas que sussurram no escuro da minha casa. Eu deveria acreditar na sua fala, não deveria?
As criaturas são minhas já que estavam na minha estante agora teu abraço supostamente não é meu.
Eu sei que não vou me perdoar. Mas eu acredito quando estou com a solidão próxima ao meu travesseiro.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Nota 9,5.

Estude minha teoria e, por favor, não a use comigo.
Minha prática não condiz com minha teoria.

Estude-me, mas não me gabarite.

Eu gostaria, inclusive, de não ter peritos sobre minha história, meus hábitos, minhas mágoas e muito menos das minhas incertezas.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Seduzida, corrompida e evasiva.

Metade do céu está colorido a outra metade está de uma cor; uma cor que não aquece e abala cada expressão de medo. A metade colorida é uma fraude e apenas fantasia o que não devia.
Quando o céu amanhece cinza eu tenho medo e quando anoitece sem estrelas também. Raios de sol de um lado do céu e a outra metade molda raios de tempestade. A metade ensolarada encobre um rosto boêmio. A metade da tempestade é real e íntegra que chega a doer meus órgãos com tanta verdade.

Eu me deixo seduzir pelo irreal.
Eu me deixo corromper pelo real.

Não permito contradições e eu não sabia que você contrabandeava emoções.
Me deixei seduzir e me deixei corromper. Você me trouxe o real, o irreal e o poder de escolha. Mas era contrabando e disso eu nunca soube.

domingo, 8 de janeiro de 2012

pavor e... amor.

Como posso correr?
Tenho pavor de cair e...
Como posso mudar a rota?
Tenho pavor de me perder e...
Como posso lutar?
Tenho pavor de não me defender e...
Como posso nadar contra a correnteza?
Tenho pavor de faltar o fôlego e...
Como posso acelerar?
Tenho pavor de exagerar na velocidade e...
Como posso escalar?
Tenho pavor de não ter força para segurar e...
Como posso saltar de paraquedas?
Tenho pavor de não conseguir acioná-lo e...
Como posso respirar?
Tenho pavor de viver e...

...
...
...
...
E...
Como posso amá-lo?
Tenho pavor de me machucar.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Tormenta.

É sombria
Além de fria tua alma é sombria.

Este sol não ilumina minha casa, pelo menos não deveria.
E tem dias que me aqueço com este sol; que não é meu.

É sombria
Além de cínica tua fala é sombria.

Não me traga sol para depois "tempestar" meus dias.
Me deixa!
Deixa meus trovões em mim e não tente mais me encantar com um sol que não é meu!

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Ao meu deslumbre.

Parece a mesma cena?
Mas o filme foi trocado.
Parece o mesmo personagem?
Mas nem romance é.

Eu digo dos teus atos e o que os meus significam?
Atos caóticos.

Foi necessário um tapa muito bem dado.
Constrangi-me.

Tudo novo com o que não deveria ser considerado meu.

domingo, 1 de janeiro de 2012

desarme ao próprio ataque?

No rosto um olhar longe que ia desde 1994 até a noite de ontem.
Ela se encarou no espelho e seus olhos evitavam seu próprio olhar.
Ela se perguntou se tinha feito algo de errado e se calou. Só podia estar de brincadeira.
Ela se fecha e seu barulho é uma ilusāo para quem o ouve e ontem ela admitiu para quem quisesse ouvir, mas nāo tinha ninguém para vê-la forjar tua cena e assim ela se curvou diante seus pecados e chorou como se pedisse perdāo à distância por tudo que ela carregava nas costas.
Sabendo que ela nāo poderia ser perdoada naquele minuto limpou o rosto de lágrimas e tentou se acalmar. E se acalmou.
Ela cantou sua música preferida e se vestiu de flores. Olhou-se novamente no espelho levando um pincel de deliniador até seus olhos apagados. Do lado de fora um barulho que a fez pular e pertubando sua mente imaginou dois riscos pretos embaixo de teus olhos como se fosse para a guerra, mas era maquiagem borrada. E o barulho não era nenhuma bomba para ataca-la eram fogos de artifício.
O coraçāo dessa mulher está baleado, aos trapos, agitado e envelhecido desde 1994. E ela sabe o motivo de evitar o seu próprio olhar e alguém pode desarmá-la contra isso?
Ela ja imaginava que não.