domingo, 30 de outubro de 2011

Abobrinhas eu não como mais!

O corpo pára, mas a cabeça não.
Deitada, quieta e tão pensativa!

Eu quero mudar tudo de uma única vez e passa pela cabeça tudo que de velho eu quero jogar fora. E visualizo no meu lixo desde sapatos até hábitos antigos que precisam ser deletados com urgência.

Talvez mudar os móveis de lugar ou jogar fora aquela caixa fechada por meses em cima do armário sem nem ver o que tem dentro.

Afastar pessoas que sugam minha essência eu já tenho feito. E digo que na primeira instância eu me senti tão fria e muito sozinha eu me senti abandonada e tão invisível. Chorei rios e depois de uns dias eu me acalmei.
Qual é o problema de estar sozinha? Nenhum. E eu já prometi para mim pelo menos por uma vez tentar ir num cinema, show, teatro ou viajar sozinha. Coisa que antes era inadmissível hoje eu começo a rever, será mesmo que ninguém pode ser feliz sozinho? Eu quero tentar.

Chega de especulações. De estar com alguém e ter que se explicar 24 horas por dia. Explicar por que saiu de saia e não de calça, por que não chegou na hora marcada, por que quer comer rabanete e não abobrinha, por que ainda tem o telefone daquele mocinho que te chamou pra sair quando estudavam juntos no primário na sua agenda, por que não quer sair, por que quer sair, por que existe.

De ter amigos que nada acrescentam e o pior que te faça se sentir invisível na maioria das vezes. Amigos que se aproveitam de oportunidades mesmo sabendo que isso te mata e não esta nem ai mesmo. Eu não preciso e nem quero isso para mim. Que se vá para longe e me deixe sozinha.

E aqueles amigos que querem "abrir seus olhos" de forma deturpada, pois quando você esta namorando diz que a pessoa não presta para você e quer te apresentar “um monte de carinhas” bem mais bonitos e interessantes que aquele que esta com você, mesmo você dizendo que não quer! Amigos que te chamam para viajar mundo a fora e quando você diz que não largaria o namorado aqui para ir riem da sua cara e fala que você esta perdendo sua vida, seu tempo, tudo por causa de uma pessoa que não tem nada a ver com você. Esses mesmos amigos que quando você termina o namoro (que eles mesmos tanto botaram fogo para que acabasse mesmo) não te da apoio e muito menos um abraço despretensioso. E todos aqueles convites deixam de existir, as festas desaparecem, os “carinhas mais bonitos” somem, as viagens animadíssimas mundo a fora era para quando mesmo? Nada... Viram pó. Deixe-me sozinha também querido amigo impostor.

Eu sempre fui intolerante a essas coisas sem magia, de má fé, que machuca tanto. Eu estou bem longe de ser perfeita, de agradar as pessoas, de ser padrão, mas tem coisas que não faço nem sendo torturada. Não invento sentimentos, não faço o que não quero só por comodismo, modismo ou para “ficar bem na fita” e meu erro é pensar que as pessoas agem assim também.

Não, eu não estou deprimida, machucada talvez sim. Mas eu quero tanto provar para mim que eu não preciso de “amigos impostores” só para posar numa foto sorridente ao lado deles bebendo um vinho como se tudo fosse um filme de Almodovar. O que eu preciso é da verdade tatuada no meu rosto de uma vez por todas. De que sozinha eu ficaria bem.

É que viver é uma arte, ninguém disse que seria fácil nem de um jeito nem de outro. Mas confiar nos outros é coisa que já risquei do meu manual de sobrevivência. Por que nessa selva em que leões comem os bichos mais indefesos uma coisa deveria ser lei: Já que vai atacar que faça cara de ataque então.

sábado, 29 de outubro de 2011

Know it sounds funny but I just can't stand the pain.

Eu não gosto do gosto das geleiras sob os dias.
É que quando ferve também não é perfeito.
De que forma então?

Parece que tem data marcada e que vai demorar.
E não tem nada!
Parece que alguém me espera em outro país.
E não tem ninguém!

É essa sensação de drama e de história inventada que talvez não seja boa.

Eu não gosto do gosto do cimento envelhecido nos lábios
É que quando vôo nas nuvens também não é perfeito.
De que forma então?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

eletrochoque.

A dissociação está cada vez mais confusa.
Parece que eu conheço músicas que ainda não foram compostas.
E eu não tenho medo mais.

Eu fico no escuro mesmo.

Eu queria correr, mas não consegui sair a tempo.
Choveu? mas nem foi por isso.
Nem vi a chuva e também perdi a hora. Mas também não foi por isso.

O contato com o paralelo tem me feito bem outrora muito mal. Mas eu preciso me alimentar disso.

Eu tenho assistido minhas vontades.
E as deixo por aí como se fossem alucinações. Deixo-me perder a hora e a desculpa é sempre essa mesma. De que não vi os ponteiros mudarem de lugar assim tão rápido.

As milhares de músicas desconhecidas que eu decorei para esses casos tem me feito muito bem. Praticamente sobrevivo assim.

domingo, 23 de outubro de 2011

Presságio.

Cai sobre meu rosto todo o tipo de agouro causado por mim e pelos outros.
Meu rosto pálido.

Recortes de jornais.

Eu queria correr no vento e ter a sensação de lançar vôo. Eu até sorrio por dentro só de imaginar.

Era prenúncio, agora eu ja sei!

Os outros reclamam do trivial e quando tem a experiência de voar cortam as asas para voltar a serem comuns.

Suponho que eu deva mudar o quanto antes meu modo de interagir com o mundo ou estarei invisível por dentro em breve.

Eu vejo bichos que não existem toda noite sem nem conseguir dormir.

Isso é agouro. Não é maluquice nem nada e além de agouro é um presságio!

fragilidade lógica.

Era para cessar o pranto?
Tinha hora marcada para isso?
Não fui avisada!

Me deixa chorar.
Me deixa fundir.
Me deixa fluir até sumir?

Tem lógica?
Morro de dor e não peço ajuda, morro mesmo!

Sabe aquelas tardes em que está quente, mas chove tanto.
Uma tempestade de ventos barulhentos e mesmo abafado temos que fechar as janelas para não estragar tudo?
E cai água!
Muita água. Alaga o mundo. E de repente para! A chuva da trégua.
Vamos sair?

Arruma-se. Escolhe uma roupa e penteia o cabelo.
De sorriso no rosto e a esperança de que o sol a acompanhe pela rua, e... Na primeira esquina o carro joga toda a água suja da rua em você em uma só curva!

É.

Era para cessar o pranto?

Nem sei meu nome mais e não sei o que eu vou virar se percorrer esse caminho obscuro até o final.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

amuletos seriam menos bregas?

É de repente que reparo certas coisas.
Esquisitas ou não, mas reparo!

É cafona, mas, hoje eu reparei que eu simpatizo com talismãs.
E veja que ironia eu não carrego nenhum, não tenho!

Não digo exatamente talismãs como figas, trevos, pé de coelho, ferradura, terceiros olhos, cristais, patuá ou olhos turcos ou gregos. Eu digo um talismã meu.

É que de repente reparei que gostaria de ter um talismã. Mas nenhum desses me apetece.

Na verdade não sei porque eu queria tanto um talismã, essa palavra me lembra Roberto Carlos... E não me agrada!

Ando tão cafona que talvez um pé de coelho combinasse com minha bolsa ou talvez eu devesse parar com as medicações ou até quebrar um ou dois copos pela madrugada.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

decomposição.

Meu ecossistema é falho eu só não tinha coragem ainda para concordar.
Agora está tão claro quanto a luz que me falta.
Os fatores externos interagem de uma forma bruta e tão desnecessária!

Tem faltado energia, combustível, reações químicas e até mesmo células resistentes.
O que não falta nunca são predadores.
Portanto, ecossistema falho!

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

seu calibre é discreto mas completamente eficaz.

E eu que guardava tudo para mim
Achando que eu pouparia pessoas ou que eu me pouparia delas também.
Quietinha eu sorria um sorriso camuflando a dor.

E agora essas lesões?

E eu não posso reclamar porque eu me deixei lesionar!

Chagas de desgosto!

E eu que nunca tive medo do escuro me apavoro assim quando anoitece?
O silêncio é a pior coisa agora.
E eu que nunca tive medo de morrer me apavoro assim quando fere meu corpo?
A dor é a pior coisa agora.

Aflita sem ter para onde ir ou ninguém para pedir abrigo!
Mergulhada num mar de mágoas engasgo cada vez mais e assim afundo sem forças!

Atire de vez tudo sem dó.
Pegue tudo que é meu e tire proveito, mas não me marque mais.
Eu te peço! Deixa-me impune a essas dores eu já não as resisto!

Já não tenho mais nada, agora chega?
Já estou sozinha completamente. Satisfaça sua sede agora?

Agora só resta a mim os meus sonhos e as pessoas que eu invento para que eu não me sinta realmente só, é uma fantasia minha apenas. Deixe meus sonhos comigo! O resto você já levou.

sábado, 15 de outubro de 2011

delicada.

Em cada trêmulo involuntário derramo uma gota de suor.
A visão fica conturbada e talvez veja monstrinhos sobrevoando-me!

É uma luta descontrolada e desigual.
Meu corpo vence-me a cada grau a mais dentro de mim.

Já ouvi falar que o corpo fala por você e talvez até faça palestra por você, assim mesmo, sem sua concepção.

E é tão irritante, tão degradante ouvir que você é frágil.
Frágil?
Carrego em mim aquela faixa de caixas de mudanças escrito: "Produto Frágil"?

O corpo fala, há!
Quem o mandou? Corpo dedo-duro!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Hálux.

Desculpa.
Não é questão de criticar negativamente.
Mas... Eu tenho certo pavor de ouvir uma música que diz: "é melhor ser alegre do que ser triste". É um misto de pavor com ataque de riso. Caramba! E quem prefere ser triste a ser alegre? Não, não me venha com justificativas. Ninguém prefere o contrário e você não vai fazer minha cabeça para realmente acreditar que nesse mundo bizarro exista uma só alma que prefira ser triste.
Tá bom, o autor dessa frase abominável não quis dizer que alguém prefere ser triste, mas sim que da tristeza vem toda a inspiração para o seu samba. Eu entendi, mas a frase não me desce.

Detesto coisas engasgadas na garganta!
Principalmente aquelas que engasgaram em mim sem eu nem ter aberto a boca.

Na falta de um joelho desarticulado tenho dois.
Um para fora e outro para dentro.
Um joelho se faz firme, mas desmorona no primeiro degrau. O outro é frágil de tanto uso e estala tanto que parece que guardo uma bomba nele. Assusta quem esta perto, é terrível.

Aí vem os sábios me dizerem que o problema não esta nos joelhos, está talvez nos calcanhares, panturrilhas ou até mesmo no meu hálux.

Quer saber?

Amputa-me!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

eu faço de conta mas não me engano!

Enxerga brilhinhos sobrevoando seus pensamentos?
Não? ... Ah que pena! Você está perdendo com isso.
É um encanto tão mágico.

Eu não trocaria tamanho efeito por nada.
Por valor nenhum nem por coisa alguma,
Mesmo sendo alucinógeno!

Tenho certeza de que você disfarça.
Aquela certeza concreta!
De que você disfarça e acha que me engana.
Inclusive eu me deixo ser enganada quando eu quero ou quando não me prejudica.

Eu pouco ligo para nomenclaturas.
Eu nem me importo com regras e muito menos com o incorreto.

Você não me engana. Eu que não vejo razões para pedir satisfações.

Não se vanglorie porque, na verdade, eu que tenho certas tendências de gostar de faz de conta.

sábado, 1 de outubro de 2011

o que se repete!

Não peço que seque meu pranto
Peço que não motive-o.
Eu ja não sei mais como guardar tanta mágoa sem chorar.

Não que eu esteja me dilacerando.
Mas completa ja não sou mais.

Só por hoje suma com tudo isso daqui.

Talvez suas razões sejam verdadeiras e coerentes
Mas não assim.

Não peço que seque meu pranto
Peço que mantenha essa distância até segunda ordem, quem sabe até para sempre.