Eu era do tempo em que o tempo demorava a vir. Eu sou do tempo em que o tempo não é justo nunca. Serei do tempo em que o tempo de um jeito ou outro me suavizará.
Quem é você?
Seria capaz de responder na lata “quem” ou “o que” você é?
Ate um tempo atrás eu era incapaz. Eu usava mascaras como vestimenta. E se me fizessem essa pergunta eu gaguejava tanto porque nem eu sabia quem eu era devido tanto disfarce.
Eu disfarçava desde sonhos até tristezas. Eu praticamente era como uma boneca com vida e ironicamente sem vida nos olhos. Ninguém nunca me chacoalhou para me alertar que minha vida não era um baile de máscaras. Você deve estar pensando: “Queria ser como ela assim ela nunca deve ter se machucado”. Pois não? Essa é a parte que dou muitas risadas. Machuquei-me aos montes porque eu escolhi máscaras erradas nenhuma nunca foi de guerreira era sempre de borralheira e sem final feliz.
Eu deixei que me atropelassem.
Eu deixei que me ferissem.
Eu deixei que me espancassem.
Eu deixei que me esfaqueassem.
Eu deixei que me matassem sem morte explícita.
Eu deixei que levassem minhas máscaras que de disfarce nada tinham. Todas as máscaras deixavam meus olhos a mostra e que disfarce era esse? Olha profundamente nos meus olhos e saiba tudo que carrego dentro e fora de mim, desde pele até a mágoa mais dolorosa.
Por isso eu troco todas essas máscaras sem utilidade por escudos.
Eu choro por sonhos que viraram nuvens se desfazendo.
Eu choro por amores que viraram poesia mal feita.
Eu choro por traições que viraram incêndio que não se apaga.
Eu choro por perseguições que viraram vídeo game antigo.
Eu choro por uma vida indevida e mal vivida por mim.
Escudos? Sejam bem vindos seremos eu e você como um apenas eu.