Quem foi que permitiu a noite se
calar e transformar em pigmentos azuis e vermelhos o que em poucos minutos era
negro no céu, sem que você unisse a paz com a euforia em mim de apenas lhe
desejar que seu sono fosse leve até que por fim desejaríamos um ao outro que a
manhã fosse tranquila mesmo que singelamente, você daí e eu daqui.
Nesses mesmos olhos de menina sem
brinquedo eu tenho faróis que iluminam o que no peito já se fez escuridão. Nessa
mesma voz suave e baixa existe silêncio, e por tudo, me mantenho calada, mas
nem tão menos machucada.
Não vejo como descuido ou tão
pouco a tal da ilusão que seria clichê e fora de propósito, não vejo nem como
certo e nem errado e muito menos vejo como substituições ou invenções. Mas não
sei dizer como vejo, insensato ou impensado, mas nunca de mentira.
De tantos outros foi herdado a náusea,
o abstrato feito da falta de amor daqueles braços entrelaçados que aos poucos
foram se soltando até cada um estar para o seu lado, um em cada leito, um em
cada canto, em outro mundo.
Nunca é igual e nunca vai ser
diferente.
Eu tive respeito por uns e por
outros eu tive vergonha, compaixão por uns e por outros repugnância. Por todos,
eu tive aprendizado e por nenhum eu tive orgulho. Por uns, eu tive tolerância e
por outros eu tive indiferença, arrependimento por uns e por outros satisfação.
Por todos eu tive momentos bons e por nenhum eu os repetiria.
E talvez não seja nem a primeira
e muito menos a ultima vez que eu perguntou agora aos quatro cantos deste
cômodo em que me aquieto... Quem foi que permitiu a noite se calar e
transformar em pigmentos azuis e vermelhos o que em poucos minutos era negro no
céu, sem que você unisse a paz com a euforia em mim de apenas lhe desejar que
seu sono fosse leve até que por fim desejaríamos um ao outro que a manhã fosse
tranquila mesmo que singelamente, você daí e eu daqui, mais uma vez?
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