quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Amiúde


Quem foi que permitiu a noite se calar e transformar em pigmentos azuis e vermelhos o que em poucos minutos era negro no céu, sem que você unisse a paz com a euforia em mim de apenas lhe desejar que seu sono fosse leve até que por fim desejaríamos um ao outro que a manhã fosse tranquila mesmo que singelamente, você daí e eu daqui.

Nesses mesmos olhos de menina sem brinquedo eu tenho faróis que iluminam o que no peito já se fez escuridão. Nessa mesma voz suave e baixa existe silêncio, e por tudo, me mantenho calada, mas nem tão menos machucada.

Não vejo como descuido ou tão pouco a tal da ilusão que seria clichê e fora de propósito, não vejo nem como certo e nem errado e muito menos vejo como substituições ou invenções. Mas não sei dizer como vejo, insensato ou impensado, mas nunca de mentira.

De tantos outros foi herdado a náusea, o abstrato feito da falta de amor daqueles braços entrelaçados que aos poucos foram se soltando até cada um estar para o seu lado, um em cada leito, um em cada canto, em outro mundo.

Nunca é igual e nunca vai ser diferente.

Eu tive respeito por uns e por outros eu tive vergonha, compaixão por uns e por outros repugnância. Por todos, eu tive aprendizado e por nenhum eu tive orgulho. Por uns, eu tive tolerância e por outros eu tive indiferença, arrependimento por uns e por outros satisfação. Por todos eu tive momentos bons e por nenhum eu os repetiria.

E talvez não seja nem a primeira e muito menos a ultima vez que eu perguntou agora aos quatro cantos deste cômodo em que me aquieto... Quem foi que permitiu a noite se calar e transformar em pigmentos azuis e vermelhos o que em poucos minutos era negro no céu, sem que você unisse a paz com a euforia em mim de apenas lhe desejar que seu sono fosse leve até que por fim desejaríamos um ao outro que a manhã fosse tranquila mesmo que singelamente, você daí e eu daqui, mais uma vez?

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