segunda-feira, 4 de julho de 2011

Hipoteca.

Deixa-me longe deles?
Faça barreiras ou mate-os.
Não os deixe próximos a mim jamais.

Destrua todos os tipos de lembranças
Não os deixe próximos a mim nunca mais
Jogue tinta fresca na parede que eles tocaram.

E quando eu perder o controle, me controle sem que eu saiba
E quando eu fingir conhecer o caminho, me guie sem que eu perceba.
E quando eu virar o rosto disfarçando tristeza, acaricie minhas costas.

Deixe tudo ao acaso.
Nunca deixe que eu perceba que algo foi planejado.
Deixe tudo ao vento
Nunca deixe que eu perceba que algo foi planejado.
Deixe tudo para o final
Nunca deixe que eu perceba que esse final não será feliz.

Deixa-me guardada aqui nessa caixinha preta
No seu bolso velho e de preferência o mais rasgado.
Deixa-me estocada aqui nesse envelope amassado
Na sua gaveta emperrada e de preferência a mais lotada de inutilidades.
Deixa-me empenhada aqui nessa loja falsificada
Na sua nota rasgada e de preferência com o mínimo de valor.

Nos meus sonhos eles se aproximam cada vez mais
Deixa-me longe deles, eu suplico.
Meus ouvidos não aguentam tanto barulho assim
Deixa-me longe deles, eu suplico.

Com eles por perto eu sou bicho pequeno
sou chuva fina, sou areia movediça.
Com eles por perto purgo-me deles
sou agua gelada, sou lampada fraca.

Nos meus sonhos eu não tenho jornada com eles por perto.
E eu que deixei de sonhar por que eles estavam perto.
E quem disse que deixar de sonhar vive-se mais?

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