quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

No fim da estrada.

Eu nunca fui pega por fingir alegria no sorriso.
Nunca!
Eu nunca fui pega por ocultar a tristeza no olho.
Nunca!
Talvez seja a hora e justamente agora.
O que sempre foi natural a cada dia fica inviável.

O som de cada instrumento meu é triste e não consigo mais abafar esse soar.

Me deixa explodir, mas não fique parado.
Não espere que meus lábios expliquem o que meus olhos fazem sem mandato.

Foi perguntado:
- Você chorou essa noite?
Eu tentei simular um sorriso sem sucesso algum e me faltou voz ao dizer:
- Não.
- O que aconteceu? Insistiram em saber.
Calei-me.

E eu nunca fui pega até agora.

Foram atrás de mim e continuaram:
- Se quiser conversar, eu to vendo que aconteceu alguma coisa.
Então eu fingi que não ouvi e segui meus passos sem olhar para trás e sem tentar simular aquele sorriso que já não vem mais tão mágico como antes.

Alguma coisa?
Só estou chorando cada soluço, lágrima e dor que eu guardei por todos esses anos até hoje. Me deixa velar, mas não fique aí parado e faça alguma coisa.
Qualquer coisa.
Aquele sorrisinho bobo e fingido era minha proteção e eu nunca fui pega. Eu não sei mais como me proteger.

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